terça-feira, 27 de março de 2007

segunda-feira, 26 de março de 2007

Jovem, tens 18 anos a quarta classe, vês em ti uma tendência para torturar ou silenciar, gostas de mandar em gente pobre, de ter um povo sem possibilidade de ir à escola, gostas de fazer desaparecer pessoas ou até mesmo de assassiná-las? Não percas tempo: segue a via política, cria a tua própria ditadura e quem sabe um dia, muitos anos após a tua morte, uma corte de gente estúpida te dê o título de maior português de sempre.

domingo, 25 de março de 2007

Com 5 anos de atraso.
O título é inteiramente dedicado a Ricardo Quaresma. Ao melhor golo que alguma vez vi ser marcado por um jogador com a nossa camisola das quinas. Os cinco anos de atraso referem-se à injustificada e estranha ausência da selecção portuguesa. António Boronha já explicou em 14 de Maio de 2006 o porquê da não convocação de Ricardo Quaresma para o Mundial de 2002. Ainda ninguém explicou a ausência no Euro 2004 e no Mundial 2006. Tenho para mim que: a F.P.F. deve dois mundiais e um campeonato da europa ao jogador a quem um dia Läzlo Bolöni chamou de Mustang. Ele continua um "puro sangue", ao fim de todos estes anos.
PS: temo também que RQ possa ter sido maior erro de gestão da história do Barcelona desde Maradona

sexta-feira, 23 de março de 2007

La beauté d´une femme laide*. A vida para lá do rosto. Uma descoberta sucessivamente incompleta. A perfeição num corpo escondido. O talento guardado. A partilha. Cedência. Dor. Frida.
*A beleza de uma mulher feia.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Obituário
Liberdade de Expressão (1974-2007) A juventude da senhora não indicia por si só a evidência de um cadáver bonito. Atravessava a rua como num outro dia qualquer. Morreu numa agonia lenta. Atropelada vezes sem conta por senhores desgovernados, da esquerda e da direita. Aguentou choques sem fim, gritou, esperneou e morreu em silêncio.
Deixou isto escrito para o dia da morte: "No dia da minha morte chorem os valentes, todas as lágrimas do mundo, sobre o riso dos cobardes. O mais destemido que leve as minhas cinzas à latitude mais alta do nosso mar. E que me atire de encontro à força do vento norte numa hora de maré baixa. É forma de ir embora sem sair daqui".
Picasso a meio da tarde
O cabelo é ralo e apesar disso rockabilly. Os óculos são Woddy Allen, o sobretudo preto vai até aos pés, até bem perto das botas pretas de tacão. Ele já está para lá da metade dos trinta; podia ter sido uma capa de disco nos anos oitenta.
Paga um café com uma nota de cinco euros e chama ainda mais à atenção porque pede um cigarro ao empregado de balcão. Regressa para junto da mesa. Está lá um caderno preto e um cinzeiro da mesma cor, em plástico, do estabelecimento. Acende o cigarro e guarda o isqueiro no bolso direito. Do mesmo bolso tira um cinzeiro em alumínio, cinzento, e pousa-o na mesa. Senta-se, fuma o cigarro, apago-o no cinzeiro cinza. Levanta-se, despeja a beata no lixo, guarda o cinzeiro com cinza no mesmo bolso, pede um cigarro ao dono da esplanada e vai embora com o caderno debaixo do braço esquerdo e mão direita volta ao bolso à procura do isqueiro. Vai embora pelo estrado de madeira na areia.
Dizem-me que é o Picasso, "é maluco", sublinham, para o caso de não ter percebido. Imagino também que desenhe naquele caderno preto. Hoje o tempo não estava para isso. Era uma tarde fria e cinzenta, perfeita para apagar naquele cinzeiro que vai a caminho de casa escondido no bolso do sobretudo.
Hyde Park. De caminho, do hotel para o parque, vejo um quadrado de quatro cabines telefónicas vermelhas. Chegam quatro homens quase em simultâneo. Entram e fazem-me parar para ver. Cruzaram-se apressados em silêncio. Introduzem moedas, puxam o auscultador e falam. Dizem o que têm a dizer, cada um na sua vida, na sua cabine vermelha. Acabam por sair todos ao mesmo tempo e sem trocar palavra cruzam-se de novo. Vão com mais tempo. Um acende um cigarro, outro aceita um jornal de distribuição gratuita e os dois que restam seguem um atrás do outro para a entrada do metro. Calhou pararem ali os quatro para falar no mesmo instante. Com quem não estava à mão de dois dedos de conversa. Segui para o parque sem dizer nada.

terça-feira, 20 de março de 2007

Portugal em sinais de fumo.Peço desculpa por ser honesto. Por ser homem, heterossexual e fumador. Por não dissimular palavras.
Mais do que o fumo, preocupa-me o serviço nacional de saúde, o aborto por encomenda, a salário mínimo português, as vítimas da casa pia, os inocentes do futebol, o amiguismo na administração pública e no sector privado. As condições de trabalho, os aumento dos preços, os impostos, o petróleo que baixa e a gasolina não, os aterros pelas costuras. O custo das chamadas telefónicas, o tempo da justiça, os médicos nos consultórios privados. A propaganda dos governos.
Preocupa-me a polícia viciada nas multinhas e sem recursos para travar o crime, as reformas da classe política ao fim de dois mandatos, a despesa no parque das nações e nos estádios do euro, as portagens para distâncias inferiores a trinta quilómetros. A privatização de todas as empresas que geravam fonte de riqueza para o Estado.
Afinal nada disto é importante. Só o fumo é prioritário e incomoda toda gente. Mas a máquina de Estado continua a permitir a venda de tabaco. Até mesmo aos menores de idade. E a ficar com a maior percentagem da receita. É a hipocrisia, em sinais de fumo.

quarta-feira, 7 de março de 2007

PODIA TER SIDO HÁ 50 ANOS*


A benção e o bapstimo das novas instalações da RTP e a consequente visita guiada do presidente da República ao interior das mesmas. Deus, pátria e um canal para a família. Aconteceu hoje, com José Policarpo, Cavaco Silva e a administração da televisão pública. Bem-vindos ao passado.
* ainda somos um Estado laico, não somos?

terça-feira, 6 de março de 2007

DETALHES

Pela segunda vez consecutiva, diante do mesmo clube - o Chelsea - o Porto diminui a qualidade de jogo e parte o futebol da equipa com a mesma alteração: a saída de Raúl Meireles.
Helton teve a pior noite de sempre na baliza do Fc do Porto.
O resto da jornada europeia desta dia também parece ter jogado a favor de Mourinho. Nos restantes três jogos, os favoritos Barcelona, Inter e Lyon foram eliminados.

CASTIGO EXEMPLAR





Decidiu e decidiu bem, a comissão disciplinar da Liga de Clubes. Liedson agrediu Rossato com um pontapé nas costas. É bem empregue o castigo que se traduz numa pena de suspensão de dois jogos. Liedson não joga no Dragão por culpa própria.

segunda-feira, 5 de março de 2007

DESEMPATE






Londres observa e acolhe um reencontro marcado com o destino. Até hoje, o Chelsea de José Mourinho e o FC do Porto encontraram-se três vezes. Uma vitória e uma inerente derrota para cada lado, mais um empate. Esse aconteceu há duas semanas no dragão e confere vantagem aos londrinos. O pressuposto "vantagem" é utilizado no ténis para marcar a proximidade da vitória, mas também desperta para a anulação e ultrapassagem do mesmo. O Porto está obrigado a quebrar o serviço do adversário. Para desempatar favoravelmente a história dos clubes.


BOA NOTÍCIA,

já com uns dias, mas boa notícia na mesma.
Para o videoclip do novo single, I Dig, os norte-americanos Incubus lançaram um desafio na rede: a melhor proposta faria o trabalho. Vitória para um português, de seu nome Carlos Oliveira, residente em Espinho. Um músico nas horas vagas, designer a tempo inteiro e que até já apresentou um projecto no Cinanima, Festival de Cinema e Animação de Espinho. Carlos Oliveira ganhou este concurso mundial precisamente com um trabalho de animação, o único. Parabéns e já agora, boa viagem para LA.
Video no YouTube: Incubus_"DIG" ( by Kaamuz)

PARA PENSAR






My fellow bloggers, durante a semana passada foi publicado num jornal português que 30% dos acidentes ocorridos nas estradas se deveram a condutores com excesso de alcool no sangue. A conclusão mais arrepiante que consigo retirar deste número é a seguinte: 70% dos acidentes que acontecem nas estradas portuguesas são provocados por condutores sóbrios.

OS 100 NOMES DE MARADONA

No Livro Eu Sou El Diego, editado e 2000.

"98. Leandro Romagnoli: O rapazito fascina-me. Faltam-lhe pernas, físico, músculo, tudo, mas sobra-lhe coragem para fintar. O resto consegue-se num ginásio."

Os 100 nomes de Maradona

No livro Eu Sou El Diego, editado em 2000

"99. Nakata - Se os japoneses começassem a jogar como ele, estávamos feitos. Sabe o que é chutar a bola, fintar... O que vale é que os japoneses ainda se ocupam de outras coisas."

sábado, 3 de março de 2007

Orfão de Pátria









Conheço Pauleta quatro anos antes desta imagem. É trazido até mim por Maurice Trésor, defesa central da selecção francesa campeã da europa em 1984. Estamos em Bordéus, no centro de treinos do clube, o Château du Haillan. Trésor é um homem da casa - um bom homem - e faz a ponte entre os jogadores e os jornalistas. Converso com Pauleta durante uma hora. Quis o destino que nunca mais viesse a ter oportunidade de o entrevistar.
A imagem que introduz este texto assinala o quarto minuto do primeiro jogo de Portugal no Mundial da Alemanha e assinala também o úlimo golo de Pauleta na selecção do nosso país. Um país que nunca o teve (a ele, Pauleta) num clube de primeira divisão e isso, diga-se, diminuiu a carreira deste ponta de lança.
Pauleta acabou os dias da selecção com o pé esquerdo, o açor voou a seguir pela última vez com o símbolo das quinas. Foi o voo número 47. Depois pairou de norte a sul sobre a Alemanha durante seis jogos.
Tenho para mim que Pauleta não tem massa adepta em Portugal. Nunca teve. Por nunca ter jogado na primeira divisão portuguesa. Foi sempre visto como um filho ilegítimo, que até pode entrar em casa de vez em quando, mas que não é da família. E que ainda por cima, um dia destronou o patriarca. Leia-se Eusébio. Creio que a família - a maioria dos portugueses - nunca lhe perdoou a proeza.
Acredito numa história um pouco diferente e mais feliz, até mesmo com menos golos marcados. Em vez dos 47 marcados em 88 jogos, talvez 20 ou 30 golos tivessem bastado. Mas para isso era preciso tê-los marcado em dias diferentes. Por exemplo nos europeus de 2000 e 2004 ou nos mundias de 2002 ou 2006. Então sim, a história teria sido outra. E nós portugueses, nunca teríamos tido a ousadia de, ao longo dos anos e sem olhar aos golos, deixar um nove feito num oito.
PS: Esta época, já retirado da selecção nacional, Pauleta continua a servir o aflito PSG. Já marcou 10 golos, é o segundo melhor marcador da Ligue 1. Tem mais golos marcados, ou melhor continua a marcar mais golos do que Hélder Postiga ou Nuno Gomes. Vai defrontar o Benfica nos quartos de final da Taça UEFA.

Os 100 nomes de Maradona

No livro Eu Sou El Diego, editado em 2000.

"100. David Beckham: Mais um demasiado bonito para jogar futebol. Embora se preocupe demasiado com a sua Spice Girl, às vezes lá arranja tempo para jogar e trata bem a bola... ganhou tudo com o Manchester, mas deve algo à selecção. Ainda para mais foi levado pelo Cholo Simeone, que o provocou ao ponto de ser expulso no França 98."